segunda-feira, 2 de abril de 2012

A sedução da fofoca

O interesse em observar a vida alheia é antigo; já na pré-história, nossos ancestrais descobriram como era importante conhecer os pontos fracos dos adversários(...).
A fofoca é típica do ser humano... e é o ato de falar de maneira informal, divertida e, em geral, maliciosa ou cruel, sobre pessoas que não estão presentes.
Nosso interesse na fofoca evoluiu como maneira de adquirir dados que, de alguma forma, favorecessem nossa sobrevivência e bem-estar. Um pesquisador do assunto, Jerome Barkow, informa que voltamos nossa atenção para a desgraça alheia de pessoas de alta condição social e rivais potenciais, porque poderíamos nos vangloriar internamente de nossa melhor sorte. Já as informações negativas sobre pessoas de status sociais inferior ao nosso não são tão úteis.
Nossos antepassados pré-históricos viviam em grupos relativamente pequenos, em que todos se conheciam. A presença de estranhos era considerada um fenômeno incomum e temporário. A disputa com grupos rivais exigia conhecimentos sobre seus competidores. A inteligência social nesse ambiente exigia a habilidade de prever e influenciar o comportamento dos outros, e uma atenção especial nas transações proveitosas realizadas por outras pessoas. Em resumo, quem se interessava pela vida alheia, em geral, obtinha mais sucesso que os demais. E foram os genes desses indivíduos que acabaram chegando até nós.

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Não sou eu que estou dizendo... Trata-se de transcrições da matéria de mesmo nome do post, veiculada na Revista Mente e Cérebro, n.194, pág. 36.