segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Por um Brasil melhor

Não vou citar seu nome, em respeito à nossa amizade. Sim, vc é importante pra mim. Mas vou responder em público, pq vai servir pra muita gente.
Enquanto eu era camelô e feirante no centro de BH, vc vivia às custas de seu pai.
Enquanto eu fazia segundo grau profissionalizante, vc vivia metida em discursos e ações socialistas.
Quando eu passei num concurso público, vc vivia às custas de seu marido.
Enquanto eu fazia minha primeira faculdade, vc fazia filhos.
Enquanto eu adquiria formação profissional, vc cuidava da casa.
Enquanto eu fazia minha segunda faculdade, vc assistia novela.
Quando eu tirei a carteira da OAB, vc reclamava que a vida não te favorecia.
Em todos esses anos, seu marido só bebia.
Injusto é vc querer viver no mesmo Brasil digno que eu conquistei.
Folgada é vc analisar a minha história de vida com sua visão distorcida.
Vivo na merda, mas vivo bem pra caralho, véi! O Brasil que eu vivo já digno pra mim, por todas as minhas ações. Eu não preciso ir pra rua, pra conquistar um lugar ao sol. E quem me ensinou isso foi minha mãe, Magali Fernandes, que sem ajuda de meu pai, de Governo, de ONGs, de parentes, fez nosso mundo melhor. Sozinha! E quem tem a idade dela sabe a luta que era criar 4 filhos com bons estudos e sem passar fome.
Não, eu não vou pra rua! Porque eu acredito que fazendo o meu melhor, por tabela, eu melhoro o país e o mundo! E eu faço o meu melhor dentro da minha casa e no meu trabalho.
É por isso que hoje vc precisa ir pra rua e eu não. Eu não dependo de ações políticas para construir minha dignidade. Eu soube aproveitar as oportunidades que a vida apresenta para todos sem distinção... mas que alguns preferem não ver.
Justiça, na minha concepção, é ver que quem não fez nada que presta na vida a não ser beber e vagabundar tá muito pior que eu.
Vida digna, na minha concepção, é resultado da dignidade com a qual vc construiu o mundo ao seu redor.
Corrupção, na minha concepção, é vc pagar seus filhos pra fazerem tarefas domésticas, quando na verdade deveriam fazê-lo por uma questão de respeito e dignidade. Mas não se ensina aos filhos o que não se tem. Crianças e adolescentes aprendem com exemplo. Exemplo é atitude.
É por tudo isso que vou fazer um churrasquinho enquanto o povo tá na rua pedindo o fim da corrupção e condições dignas de sobrevivência.
É por tudo isso que hoje eu curto uma piscina, enquanto vc faz faxina.
É por isso que eu assisto novela enquanto vc passa a noite com o sequelado do seu marido alcoólatra nas upas da vida.
Eu não tenho culpa pela merda de vida que vc tem. E ainda que vc recuse enxergar, eu digo: tudo são escolhas!
Eu nunca precisei de apoio de Governo pra viver com dignidade. Minha mãe também não.
Então agora, vá pra rua, pq sua história de vida demonstra que sozinha vc é incapaz de fazer coisa q preste da vida. Vá lá, pedir o Governo que faça tudo que vc se recusou a fazer uma vida inteira.
Agora dá licença que eu vou abrir o vinho que deixei gelando.

(publicado no Facebook, em 21/06/2013)

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